domingo, 21 de março de 2010

Em 1933, quando os nazistas queimaram em praça publica livros de escritores e intelectuais como Marx, Kafka, Thomas Mann, Albert Einstein e Freud, o criador da pscanálise fez o seguinte comentário a seu amigo Ernest Jones: "Que progresso estamos fazendo. Na Idade Média, teriam queimado a mim; hoje em dia, eles se contentam em queimar meus livros".
Deixando de lado o fato de que a ironia de Freud logo se tornaria ingênua diante dos fornos crematórios de Auschiwitz e Dachau, podemos nos perguntar: o que aconteceria se os livros fossem incinerados, varridos da face da Terra até o ponto em que o único vestígio de milênios de tradição humanista estivesse alojada na memória de alguns poucos sobreviventes? Qual seria o proximo passo da barbárie? Queimar os próprios homens, para apagar de vez a memória dos livros?

- Manuel da Costa Pinto (Prefácio de Fahrenheit 451 - Ray Bradbury)

Foto: Ray Bradbury

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